Qual a importância da análise de risco para o profissional de segurança

Qual a importância da análise de risco para o profissional de segurança

“Se tens um fenômeno que não entendes, para que possa entendê-lo deves pegar uma régua e medi-lo. Se não existe uma régua para medir o fenômeno, inventa uma, mede o fenômeno e então entenderás”. Galileu Galilei

27-12-2016 – Por Cláudio dos Santos Moretti – As diversas experiências de profissionais da segurança empresarial têm demonstrado que uma das ferramentas mais procuradas hoje em dia é a de metodologias para a realização de uma análise de risco.

E este crescente aumento no interesse destas metodologias tem uma justificativa muito plausível – as metodologias para análise de risco separam o “joio do trigo” no segmento de profissionais da segurança privada.

Até bem pouco tempo era muito comum a falta de profissionalismo nesta área, mas hoje a situação está muito melhor e com tendência de aumento do nível profissional.

Hoje as universidades têm cursos de gestão de segurança, preparando o futuro gestor de empresas de segurança. Existem cursos de extensão universitária neste segmento e cursos de pós-graduação (MBA) de gestão de segurança. Alguns países que têm a sua formação de profissionais de segurança mais antigas já se apresentam para trazerem cursos para o Brasil, além de grupos de profissionais que saem em busca de informações atualizadas em cursos na Europa e nos EUA.

Enquanto isso, há dois projetos de lei, sendo o PL 1781/2003 do deputado federal Heleno Augusto de Lima (PSC/RJ) que dispõe sobre a criação do Profissional de Segurança, onde será exigido o curso de gestor de segurança para profissionais que atuem na gerência de empresas especializadas e a PL 3701/2004 do deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) que dispõe sobre a criação do analista de segurança empresarial e do técnico de segurança empresarial.

Tudo isso demonstra que estamos no caminho certo, ainda que a passos lentos, e um grande diferencial que já se observa é justamente com relação a análise de risco. Seja estratégica, tática ou operacional, todas têm seus valores e medidas adaptados a cada situação.

E o motivo deste crescimento na busca das melhores metodologias de análise de risco é porque ela traz um diferencial enorme em qualquer projeto de segurança. Ela dá a verdadeira dimensão dos riscos que a empresa está sujeita.

O que a análise de risco procura responder é qual a chance de uma empresa sofrer um sinistro e qual o impacto financeiro e/ou operacional ele pode causar.

Além disso, o profissional de segurança saberá qual a perda esperada e consequentemente qual o valor máximo que ele poderá investir para mitigar determinado risco.

A análise de risco é, para o profissional de segurança, uma ferramenta importantíssima que poderá identificar os riscos que a empresa está sujeita e os fatores de risco que expõe a empresa à concretização destes riscos.

O resultado desta análise mostrará onde ele deve agir, atuando diretamente nas causas para evitar seus efeitos.

Poderá criar seu plano de ação a partir do resultado da análise de risco, criar metas para serem atingidas, poderá criar mecanismos de controle para acompanhar todo o desenrolar do plano de ação, ajustando-o conforme for o mais adequado, sem desviar-se das metas pré-estabelecidas.

Lembrando que a finalidade da segurança corporativa é dar condições para que a empresa possa prosperar, manter-se competitiva e preocupar-se com a sua atividade fim e não com os empecilhos e prejuízos que a falta de segurança pode trazer. O mais importante é o negócio e não a segurança.

Poderá monitorar os riscos e dar a atenção adequada de acordo com a situação e a evolução de cada risco.

Sempre haverá riscos residuais, pois a segurança absoluta não será possível. Portanto, estes riscos residuais devem ser identificados, estimados e monitorados.

Poderá preparar seu plano de contingência para as ameaças externas, nas quais ele não tem como agir diretamente.

A análise de risco nos ajuda a identificar os ativos da empresa, sejam eles tangíveis ou intangíveis, pois todos necessitam de proteção adequada, principalmente quando se trata de uma análise de risco estratégica.

Das metodologias existentes, podemos dividí-las em dois tipos: as objetivas e as subjetivas. Mas qual seria a melhor?

Na metodologia objetiva, nós não podemos influenciar, não podemos adequá-la aos fatos presentes, principalmente quando ela tem um histórico muito antigo ou muito longo, pois é como se acreditássemos que nada mudou nos últimos anos e nada mudará daqui para a frente, seguindo a mesma tendência, sem que as circunstâncias atuais sejam levadas em consideração.

Ele é matemático e por isso não podemos atualizá-lo, mesmo que nós tivéssemos informações para isso, pois faltaria histórico, ou seja, fatos que já aconteceram e nada se pode fazer para atualizarmos estes dados até que eles formem outro histórico, ou seja, teremos que esperar para poder atuar neste resultado, agiremos reativamente.

Já no caso das metodologias subjetivas, a opinião do profissional de segurança é fundamental para termos uma matriz mais realista, tanto em relação as probabilidades como aos impactos no negócio, e este resultado depende da experiência do profissional de segurança, da equipe que trabalhou na elaboração da análise, e busca uma visão mais atualizada e de futuro, pois a idéia é agir de maneira preventiva, evitando a concretização de um risco real ou potencial.

Para o empresário, a análise de risco traz informações que irão auxiliá-lo na tomada de decisão de onde investir a fim de reduzir os riscos, onde está ocorrendo sua perda e até para decidir se vai assumir o risco, se vai transferi-lo, ou autofinanciá-lo.

De acordo com a decisão tomada, serão aplicadas as medidas de segurança, através do plano de ação, que traduzirá esta decisão para a forma de atuação da segurança. A decisão cabe aos responsáveis pelo negócio.

Além disso, para o empresário, a análise de risco traz mais confiabilidade ao projeto de segurança que até bem pouco tempo era (e na maioria dos casos ainda o é) encarado como gastos e não como investimento, totalmente separado dos demais departamentos, como uma função e não como um processo, que deve estar integrado a todos os demais processos das empresas. Daí a necessidade de atualização constante, buscando o melhor resultado para a empresa. Para isso é necessário apresentar resultados financeiros, mostrar retorno nos investimentos feitos na segurança, apresentando um projeto viável, que tenha valores exeqüíveis que possa ser mensurado, matriciado e acompanhado.

É, na verdade, inserir a segurança no mesmo contexto dos demais departamentos da empresa, seja financeiro, de produção, manutenção, etc. A segurança também precisa cumprir metas e ajustar-se às exigências do mercado e essa história ainda está sendo escrita…. Por todos nós.

Cláudio dos Santos Moretti CES, ASE é especialista em gestão de segurança empresarial e diretor da ABSEG.

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