22/01/2016 – Crise: superação ou derrota – Por Kátia Mestriner

22/01/2016 – Crise: superação ou derrota – Por Kátia Mestriner

22/01/2016 - Crise: superação ou derrota...

 

Por Kátia Mestriner

Viver uma crise não é desejo de ninguém. Seja ela no âmbito pessoal, profissional, familiar, a crise tira a pessoa do seu lugar estabelecido, instituído e tido como certo.
E hoje, no Brasil, só se ouve notícia sobre a crise econômica e política, crise que traz reflexos diretos sobre a vida das pessoas.
A política e a economia são aspectos de mundo externo, fazem parte da realidade mas influenciam o mundo interno, ou seja, pensamentos e sentimentos das pessoas.
Primeiro porque na realidade muitas pessoas perderam empregos, clientes, negócios, dinheiro.
E a realidade é soberana. Não há discurso de pensamento positivo que o modifique quando ela bate à sua porta.
Mas o que acontece no “mundo interno”? Como reage a maioria das pessoas diante da dificuldade?
Naturalmente ninguém gosta de viver dificuldades, mas elas colocam as pessoas diante de desafios dos quais não se podem fugir, exceto pela morte, mas é necessário e desejável viver.
Sentir-se impotente e incapaz diante desta realidade é um risco que se consolida quando a pessoa passa a acreditar que o problema está exclusivamente nela mesma. A pessoa passa a crer que é incapaz e tem sentimentos e pensamentos depreciativos sobre si. Um sofrimento.
Cria uma luta interna, que podemos chamar de conflito, em que pode vencer o processo de fortalecimento.
É possível concluir que a capacidade está ali, intacta, pronta para entrar em ação novamente, assim que possível.
A derrota consiste em não encontrar dentro de si os recursos mentais necessários para sobreviver emocionalmente à crise.
A luta que se estabelece pode trazer perdas e ganhos.
Ativar forças internas e buscar os recursos externos são orientações.
Cuidar-se, relacionar-se, criar soluções são ações saudáveis que se pode tomar diante da crise.
Perceber que toda a sociedade se encontra em dificuldades traz a sensação de que “estamos todos no mesmo barco”. Isto, mais do que um consolo sem esperança, pode trazer ações de solidariedade.
Ela nos salva, ela nos iguala diante do terrível, ela nos alerta: Vamos nos ajudar?

* Kátia Mestriner é psicóloga clínica e do trabalho; responsável pelo Serviço de Atendimento ao Estudante (SAE) da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (Fatep).