O ouro brasileiro continua verde

O ouro brasileiro continua verde

O ouro brasileiro continua verde

O Brasil é, na sua essência, um país agrícola, que vive e é impulsionado pelo agronegócio, considerando que praticamente 1/4 do volume do PIB nacional vem diretamente do setor agropecuário, com crescimento de quase 4%, no ano passado, e com previsão de crescimento de 2%, agora, no início de 2019, fora o que contribui de maneira indireta.

Além disso, foi o único setor do país que manteve a empregabilidade em alta no ano de 2018, nadando contra a maré do desemprego, que assola vários segmentos produtivos. Para se ter uma ideia, foram gerados mais de 75 mil novos empregos no setor agroindustrial em contrapartida a 683 mil demissões nas outras áreas.

E sabe qual a razão? A necessidade de sobrevivência do ser humano. Porque mesmo em tempos de crise, ninguém no mundo deixa de se alimentar. Inclusive os alimentos industrializados têm como matéria-prima produtos que vêm do campo. Ninguém parou de se vestir e a indústria têxtil também precisa de algodão. Assim como a indústria de etanol continua precisando da cana-de-açúcar como base da produção.

Diversas são as culturas e suas formas de cultivo, como por exemplo: agricultura orgânica, extrativista, intensiva etc. Com isso, outra questão que está muito em voga e tem dividido opiniões no setor do Agribusiness é a respeito do uso que se tem feito da terra. Ele representa um perigo real ao ambiente?

Podemos dizer que tudo que é feito de forma desorganizada, sem análise dos impactos, impensada, intempestiva, tem a probabilidade de se tornar um grande problema.

Essa necessidade de organização do cultivo e do ambiente agrícola é chamada de manejo integrado, que leva em consideração a cultura, os tratos de adubação e controle de pragas.  Também, é considerada a necessidade ou não do uso de defensivos químicos e o potencial da produção que orientará o produtor e seus auxiliares de trabalho, aumentando ao máximo a produção sem agredir o ambiente. Nesse sentido, o profissional que estudou para isso é o engenheiro agrônomo.

O fato é que ainda existe demanda por pessoas qualificadas nesse meio. Profissionais que tenham conhecimento e consciência de produzir em quantidade e qualidade para atender as necessidades de consumo do mundo sem impactar negativamente o ambiente.

O planeta clama por pessoas que alimentem o mundo todo, sem destruí-lo. Valorizar o homem do campo não é inferiorizar as outras profissões. É só a certeza de que nunca mais precisaremos voltar à era das cavernas para comer e ainda assim o nosso ambiente estará a salvo.

* Márcia Nalesso Costa Harder é coordenadora do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade de Tecnologia de Piracicaba (Fatep); engenheira Agrônoma com Mestrado e Doutorado em Ciências e Pós Doutorado em Energia Nuclear aplicada.