O leite não vem da caixinha
Uma reportagem, de algum tempo, chamou a atenção de muita gente, onde uma criança de uns 7 anos afirmou que o leite vem da caixinha. Certamente as crianças estão perdendo a referência das coisas do campo, da origem dos alimentos.
E estes dias, o que chamou a atenção foram os dizerem estampados na embalagem justamente de uma marca conhecida de leite UHT (de caixinha): “Leite de caixinha sem conservantes não é mito, é tecnologia”. E é a pura verdade.
Os profissionais do campo estão na vanguarda do uso e aproveitamento máximo das tecnologias e inovações que estão à disposição. Devemos isso a grandes estudos das profissões das ciências agrárias, como os engenheiros agrônomos.
O melhoramento genético e os avanços da biotecnologia trabalham a favor da melhoria da qualidade de vida das pessoas, a exemplo disso, é o leite A2, é um leite de vaca como o que estamos acostumados. Não contém aditivos especiais e não é livre de lactose, mas o que o torna diferente é que, ao invés de conter proteínas beta-caseína A1 e A2, como o leite de vaca comum, ele contém apenas a variação A2 da proteína. Como a A1 pode ser de difícil digestão para muitas pessoas, o leite que contém apenas A2 é uma opção útil, permitindo que quem possui intolerância a esta proteína tenha acesso ao leite novamente.
Deixadas de lado as polêmicas que envolvem este alimento, o fato é que o leite é uma importante fonte de proteína animal na alimentação humana, este avanço provém de animais que produzem naturalmente o leite desta forma. Não é milagre, é tecnologia trabalhando a favor do campo, a favor dos consumidores.
Em países como Austrália e Nova Zelândia, a comercialização de leite A2 não é uma novidade. No Brasil, a oferta desse produto ao mercado começou tímida, mas tem tudo para estar presente na mesa de muitos consumidores que se quer sabem o gosto deste alimento.
Além disso, também temos outras variações deste alimento que não faz distinção nenhuma dos seus admiradores: leite pasteurizado, evaporado, em pó, condensado, de cabra, de búfala, de vaca e a caçula da linha, sem lactose.
E pode isso!? É claro que pode, não estamos falando da vanguarda da tecnologia? O uso de enzimas que “quebram” este açúcar, que têm sido um dos grandes problemas deste alimento aos intolerantes, trouxe mais uma opção de consumo.
Isso sem contar os produtos derivados produzidos: queijos, iogurtes, manteiga, requeijão, bebidas lácteas… Que também possuem suas versões diferenciadas a partir da característica da matéria-prima da qual se originou.
Sistemas de criação visando o bem estar animal, permitem otimização da produção com qualidade superior do produto, lembrando que a estrela de tudo isso é o animal e quando são bem tratado só retorna em benefícios.
Da próxima vez não perca a oportunidade de visitar um lugar que possui quem realmente produz o leite e delete de uma vez por todas a falta de conhecimento que ele vem da caixinha.
Marcia Nalesso Costa Harder
Profa. Dra. Fatep Piracicaba Coordenadora do curso de Engenharia Agronômica Engenheira Agrônoma com Mestrado e Doutorado em Ciências e Pós Doutorado em Energia Nuclear aplicada